Resumen:
O objetivo central da presente pesquisa é perceber quais sentidos sobre masculinidades são movimentados e constituídos pelas/nas revistas Junior e Men’s Health Portugal, tendo em vista o discurso dos agentes envolvidos em sua produção, os instantes que se conseguiu acompanhar e o produto final veiculado. Inspirando-se nos referenciais teóricos e metodológicos provenientes de pesquisas etnográficas, bem como em textos científicos e políticos dos estudos de gênero, de sexualidade e da teoria queer, propõe-se um desenho de quatro categorias analíticas que, frente à pluralidade de objetos empíricos, foram concebidas para responder à questão norteadora. Gozando em frente ao espelho, Cópia da cópia, Porque tamanho e quantidade importam e Vidas para além do centro, portanto, dizem daquilo que nas revistas, enquanto dispositivos discursivos das masculinidades, constitui-se sobre o que é ser, e o que não é ser, um homem e um corpo com peso. De maneira geral, percebeu-se o reforço a um projeto de masculinidade hegemônica, ainda que na condição de cúmplice, um jornalismo predicativo a fim de ensinar os modos de ser e de estar no mundo, a constituição de um outro, diferente, estranho, com o qual os leitores não devem/não podem identificar-se e disputas, de ordem subjetivas, observadas a partir das falas dos sujeitos acessados, em torno de quais vidas importam e de como compreendê-las.