Resumo:
O cartaz, na sociedade em vias de midiatização, desprende-se ainda mais do suporte físico da cartolina e se mostra elemento de ingresso e performance nas manifestações contemporâneas ocorridas no Brasil e no mundo. Nesta tese, o cartaz estudado é o usado e apropriado em manifestações recentes, mais pontualmente nas de junho de 2013, no Brasil. Nas ambiências por onde passa, o cartaz é adaptado e registrado conforme as técnicas, regras e intenções de cada espaço: rua/praça - redes sociais digitais/espaço virtual - mídia tradicional/plateia. Sendo suporte físico, sendo imagem, sendo postado ou seu conteúdo sendo transformado em hashtag, as ambiências são marcadas na passagem do cartaz. E, para além de ser um suporte físico, o cartaz contém mensagem constituída em interação e circulação. Agenciando a circulação, os sentidos circulam e o cartaz se apresenta signo circulante. A tese é, nesse sentido, um esforço de registro de compreensão sobre circulação discursiva e ambiências midiatizadas desta circulação. O trabalho é referenciado teoricamente a partir de autores que tratam o tema midiatização e suas lógicas, circulação, fluxos e ambiências, em particular, alguns dos professores que dão sustentação à Linha de Pesquisa 4 do Programa do qual esta pesquisa está inscrita, são eles: Ferreira (2006, 2007, 2012, 2013, 2016), Braga (2013, 2012, 2011, 2010, 2007, 2006), Fausto Neto (2015, 2010, 2008) e Rosa (2014, 2012). Diante da necessidade de colocar em evidência o cartaz, utiliza-se, especialmente, Moles (2004). A questão Semiótica que perpassa a pesquisa baseia-se em Peirce (2013,2005) e Bakhtin (1997,1992), a partir do que suas concepções se aproximam, a saber, o valor do signo para além do objeto que representa e que, ao mesmo instante, o contém – esta aproximação foi possível através de Santaella (1994) e Santaella e Nörth (2004). Véron (2013, 2005,1997) é o autor que permite a relação entre semiótica e circulação. E por Mata (1992) são delineados os espaços de ambiência da circulação do cartaz. Assim, a pretensão teórica e metodológica desta tese é registrar uma experiência social de produção de circuitos de circulação e marcação de ambiências midiatizadas, a partir do uso e apropriação do cartaz nas Manifestações de Junho de 2013, no Brasil.