Resumo:
A infraestrutura é peça chave em estudos de comércio internacional. Sua provisão explica, não apenas, os custos de comércio, mas seus efeitos sobre o crescimento e o desenvolvimento econômico. Além disso, combinado com as condições geográficas, como distância, fornece um poder de explicação bastante sólido sobre os fluxos de comércio bilateral. Neste sentido, o objetivo geral deste trabalho é estimar a influência da infraestrutura no comércio dos países da América Latina. Para tal, utilizou-se como metodologia o modelo gravitacional em dados em painel para o período entre 2006 e 2013. A amostra de países dividiu-se em duas. A primeira considerou o comércio entre os países da América Latina, sendo composta por 15 países. Já a segunda compreendeu os principais parceiros comerciais dos países analisados, em um total de 74 países. Na amostra ampliada, os resultados demonstraram que a infraestrutura geral e os portos dos países importadores e exportadores foram as variáveis que mais afetaram o comércio. Os países da região foram bastante sensíveis à infraestrutura do país exportador, dado que infraestrutura geral dos países exportadores gerou efeitos negativos no comércio da América Latina. Em relação apenas ao comércio entre os países da América Latina, as rodovias apresentaram resultados prejudiciais ao comércio. Assim, constataram-se potencialidades para ampliação do comércio, a partir de uma melhora na qualidade de infraestrutura rodoviária, importante na coesão interna dos territórios destes países. Identificou-se que a região possui uma brecha na provisão eficiente de infraestrutura, prejudicando os países em termos de obter maiores ganhos de comércio.