Resumen:
A proposição de sistemas de mobilidade para bicicletas tornou-se foco nos últimos anos devido aos problemas de deslocamento apresentados nas grandes cidades. Assim, a presente pesquisa buscou explorar métodos de avaliação do espaço urbano em diferentes escalas, a fim de verificar a aplicabilidade conjunta de tais metodologias com o intuito de uma leitura mais eficaz da cidade, servindo de subsídio ao planejador urbano na proposição de estruturas destinadas aos modais não motorizados. Buscou-se avaliar quais metodologias, qualitativas e quantitativas, aplicadas em conjunto, podem subsidiar o planejamento do transporte não motorizado. A pesquisa dividiu-se em três partes, cada uma referenciando uma escala de leitura do espaço urbano. A aplicação das metodologias em diversas escalas serviu de subsídio para a definição de áreas a serem avaliadas, em que o recorte iniciou-se na escala de cidade e finalizou na escala local, passando pela escala de bairro. A leitura do espaço urbano utilizando diversas escalas possibilitou melhor compreensão da área urbana como um todo e os aspectos que induzem os usuários a utilizarem os modais não motorizados, principalmente a bicicleta. As metodologias selecionadas demonstraram ser de fácil operacionalização e apresentaram sinergia na aplicação conjunta. Como resultados, a presente pesquisa elencou três metodologias, sintaxe espacial (escala de cidade), descentralidade urbana (escala de bairro) e nível de serviço qualitativo (escala local). Essas aplicadas conjuntamente, apresentaram como resultados a possibilidade de leitura do ambiente urbano similares aos estudos tradicionais. A sintaxe espacial indicou os eixos de maior conectividade e maior movimento de pessoas, já através da descentralidade foi possível definir o poder de atração de usuários para determinado local e o nível de serviço qualitativo possibilitou a avaliação da infraestrutura existente assim como a urbanidade do local. Este conjunto tornou o processo de estudo mais dinâmico em relação ao tempo desprendido pelas aplicações tradicionais, o que reflete nos custos operacionais para a produção de planos urbanísticos destinados aos modais não motorizados.