Resumen:
A capacidade de adaptação da sociedade às constantes mudanças pelas quais vêm passando está ligada à sua capacidade de inovar. Inovar em produtos, serviços, meios de produção e socialmente. Partindo da noção de que a inovação é essencial para esse processo de adaptação, propõe-se que o design estratégico ocupe posição relevante na construção de iniciativas nesse sentido. Dentre essas iniciativas podem-se citar os laboratórios de inovação social, que se propõem a serem espaços onde se reflete sobre o tema e, acima de tudo, onde ele é praticado. Nesses laboratórios, que integram diferentes atores da sociedade – como as pessoas, as organizações, as universidades e o governo – faz-se necessário o desenvolvimento de relações que permitam o trabalho em conjunto. Relações que extrapolem os contratos formais de trabalho. Relações que nem sempre podem ser descritas, mas que, no entanto, influenciam a forma como todos esses atores trabalham juntos. A essas relações chamamos contratos relacionais e as organizações que são capazes de desenvolvê-los acabam por obter gerar vantagem competitiva através da alavanca estratégica da arquitetura organizacional. Desse modo, esta pesquisa tem o objetivo de discutir como o design estratégico, através da sua capacidade de acionar o diálogo entre os atores de um ecossistema, pode contribuir para o desenvolvimento da arquitetura organizacional como alavanca estratégica em laboratórios de inovação social, partindo do estudo de caso do laboratório de inovação da Mercur, localizado na cidade de Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul. Como resultado apresenta-se a descrição deste laboratório e as interações que nele e por meio dele ocorrem. A partir da análise de sua tipologia, propõe-se que eles não devem ser classificados, mas sim que desenvolvam uma combinação própria de características que não deve necessariamente enquadrar-se em um padrão de operação. Por fim apresentam-se as capacidades do design estratégico identificadas nessa pesquisa como contribuidoras para o desenvolvimento da arquitetura como alavanca estratégica de laboratórios de inovação social. São elas, conforme autores pesquisados: a capacidade de articular diferentes pontos de vista, de mapear recursos e atores necessários a algum projeto e de tornar visuais as ideias e pensamentos.