Resumen:
Esta dissertação é um estudo do caso construído a partir da denúncia de racismo que ocorreu em 28 de agosto de 2014. No início, envolvendo o goleiro Aranha, a torcedora Patrícia Moreira, a ESPN e o Grêmio, a partir de ofensas ocorridas no final da partida de futebol pela Copa do Brasil, em Porto Alegre. Nossa pergunta central: o que fez 'explodir' o dilema em processos midiáticos? A construção do caso abrangeu a observação da agonística entre instituições midiáticas, instituições midiatizadas e atores individuais em interação, em torno do tema e dilema, num contexto teórico sobre a circulação, os ambientes e os circuitos constituídos. Na pesquisa, desenhamos o percurso das interações, inauguradas por ato fundante - a denúncia de racismo dirigida às torcidas -, transformada, por uma operação semio-tecno-midiática, em focalização (Patrícia Moreira). A partir das análises preliminares realizadas, concluímos sobre a pertinência de acionar as formulações sobre a incerteza (Prigogine) para entendermos a propagação e circulação do acontecimento. A pesquisa se desenvolve na perspectiva do método em que é central a busca de inferências abdutivas (o caso), dedutivas (ampliações de observações e inferências sobre o empírico) e indutivas (a busca de relações transversais). As conclusões remetem à propagação como categoria central na constituição da incerteza, se contrapondo às tentativas, de diversos atores e instituições, em dar o caso (midiático) por encerrado. Nas conclusões, refletimos sobre o fim do fluxo das ondas.