Resumo:
De tempos em tempos, assuntos relacionados à governança corporativa ganham maior destaque no ambiente de negócios. Normalmente, fruto de escândalos financeiros ou atos de corrupção envolvendo grandes organizações, os debates sobre boas práticas de governança, tais como: comitês de auditoria e gestão de risco, criação de áreas de controle interno e implantação de códigos de conduta, ressurgem no cenário econômico. O código de conduta é parte integrante de um sistema de controle de gestão, perfazendo o elo com o processo de governança corporativa, auxiliando na elevação dos parâmetros éticos da organização e melhorando assim a confiança dos investidores. Diante disso, este trabalho propôs-se a estudar se existe relação entre códigos de conduta e risco corporativo. Para tanto, efetuou-se a escolha de um índice acionário da BM&F BOVESPA e procedeu-se a leitura de todos os códigos de conduta das empresas que compõe esse índice. Adicionalmente, foi utilizada a base de dados da Economática para obter volatilidade das ações desse índice (considerada como proxy de risco) e também as variáveis de controle que foram utilizadas no modelo econométrico. Adotou-se o método de análise de conteúdo para converter texto em variáveis numéricas, visando posterior avaliação quantitativa de dados. Com base nos resultados apurados pela equação de regressão linear múltipla, não há uma relação estatística significativa entre códigos de conduta e o risco. O p-value calculado foi muito acima dos 5% e a utilização dos códigos de conduta não permite explicar o nível de risco apresentado pelas organizações. Este resultado pode ter sido influenciado pela escolha da volatilidade das ações como proxy de risco. Além disso, é possível que apenas o código de conduta, reconhecido como instrumento de um sistema de controle de gestão, não seja suficiente para explicar o nível de risco das empresas analisadas.