Resumen:
Nesta tese exploro os rastros do invisível na percepção e na memória do espectador de cinema. A invenção do invisível tensiona, principalmente, conceitos como “rastro” e “imagem dialética” de Benjamin e “duração” de Bergson. Realizo a dissecação de quadros e cenas do filme O Eclipse (1962) de Michelangelo Antonioni e, por meio dos conceitos propostos: olhos ausentes, (re)quadros, pontos cegos e rotações - imaginados como uma constelação de imagens - busco rastrear formas de presença do invisível na montagem de cinema. Proponho uma metodologia do invisível para análise do corpus. O espectador, ao perceber a imagem enquadrada e montada pelo cineasta, sobrepõe a ela “imagens invisíveis”, da sua memória ou repertório cultural e técnico, que descontroem e transformam, assim, a imagem vista no presente da exibição do filme.