Resumo:
Nos últimos anos o setor da construção civil está buscando alternativas para substituir as matérias primas utilizadas no processo de produção do concreto, visando preservar o meio ambiente reduzindo extrações da natureza. Diante disso, surge a reciclagem de materiais, que vem ganhando cada vez mais espaço dentro da atividade da construção civil. Uma das alternativas é a utilização de agregados reciclados de concreto (ARC), que podem ser empregados como substituição ao agregado natural. Outra possibilidade é o uso de pozolanas provenientes de resíduos, e dentre as diferentes opções a cinza de casca de arroz se destaca. A cinza de casca de arroz ainda não é largamente utilizada no ocidente, porém vem sendo explorada, sendo um resíduo do setor agropecuário. Após o processo de queima da casca do arroz, surge a cinza que possui grande concentração de sílica. O uso destas pozolanas contribui para diminuir o consumo de cimento. Além disto, o emprego de agregados reciclados pré-saturados pode atuar como um agente de cura interna de concretos, o que, em caso de concretos com pozolanas, pode ser um aspecto positivo para obter-se uma boa hidratação da pasta aglomerante. Este trabalho propõe investigar o efeito do emprego de agregados graúdos reciclados de resíduo de concreto (AGRC) como agente de cura interna em concretos produzidos com pozolana, frente a aspectos vinculados à durabilidade e ao comportamento mecânico. Avaliou-se a substituição do agregado graúdo natural (AN) por (AGRC) em teor determinado pelo Método de Dosagem para Cura Interna, seco e úmido, associado com a substituição de cimento por cinza de casca de arroz em teor de 20%, em dois ambientes de cura (U.R 60% e 100%). Para o estudo foi utilizado três relações a/agl (0,31; 0,42; e 0,53). Os resultados apontaram um efeito positivo do emprego da CCA em concretos fabricados com AGRC. A substituição de cimento por CCA em média pode aumentar a resistência à compressão. Os concretos fabricados com relação a/agl 0,31, para todos os concretos ensaiados, retornaram resistências na faixa de 35-45 MPa. Também foi possível notar retrações significativas até os 28 dias. Já para cura interna cabe ressaltar que o AGRC empregado saturado não apresenta comportamento de agente de cura interna, principalmente no ambiente crítico de ambiente com umidade relativa na ordem de 60%, considerada baixa.