Resumen:
Esta dissertação aborda o processo de formação e difusão de redes de cooperação no contexto das micro e pequenas empresas, por meio da implementação de políticas públicas. Partindo de uma revisão analítica da literatura sobre relações interorganizacionais, teoria institucional e trabalho institucional, buscou-se a compreensão sobre o papel de atores individuais em mudanças institucionais capazes de promover o desenvolvimento destas empresas. A partir das evidências teóricas, a questão problemática identificada foi compreender como uma política pública estimulou a formação e a difusão de redes de cooperação como um novo fenômeno organizacional entre micro e pequenas empresas. Para endereçar a resolução desta questão, é proposto, através das observações empíricas, um framework teórico-conceitual para auxiliar na compreensão deste processo de mudança institucional. A pesquisa empírica foi conduzia através de um estudo de caso sobre a trajetória de estímulo à cooperação entre micro e pequenas empresas no Estado do Rio Grande do Sul por meio da institucionalização da rede de cooperação como forma organizacional. Os resultados apontam para as seguintes evidências: a) o processo de mudança institucional se inicia com o reconhecimento de motivações internas e externas inerentes ao ator institucional; b) artefatos institucionais constituídos de ideias, materiais e identidades são importantes condutores na trajetória de mudança institucional; c) a conexão com atores locais facilita a contextualidade, legitimidade e poder necessários à efetiva implementação de ações propostas por um ator institucional centralizado; d) eventos de configuração de campo criam espaços em todos os níveis de atuação do trabalho institucional para a aceitação de novas práticas e limites institucionais; e) as práticas do trabalho institucional são dispostas em conjuntos complementares de trabalho político, reconfiguração dos sistemas de crenças, alteração de categorizações abstratas, divulgação e adaptação da nova instituição. Estas evidências indicam que as práticas do trabalho institucional devem estar calcadas em artefatos institucionais, conexão com atores locais e eventos de configuração de campo para a efetiva mudança institucional.