Resumen:
A discussão sobre a validade ou não da administração ativa de recursos é antiga no meio acadêmico. A presente pesquisa volta ao tema, introduzindo uma variável antes não apreciada no Brasil, os custos de transação. Estudar a validade ou não da administração ativa é uma forma de estudar o tema eficiência de mercado. Em outras palavras, seria impossível ao investidor obter benefícios por meio da administração ativa em um mercado realmente eficiente. O atual estudo, realizado por meio de uma pesquisa explicativa, trabalha com uma carteira com administração ativa formada a partir das indicações de analistas consultados pelo jornal Folha de São Paulo no período entre julho de 2000 e junho de 2010. Fazem parte da amostra também, como instrumentos de controle, o índice Ibovespa e o IBrX, bem como as 20 principais ações do Ibovespa (carteira com diversificação ingênua). Foram calculadas diversas estatísticas acerca dos resultados, de modo a demonstrar o desempenho das quatro carteiras. Além disso, foram realizados testes estatísticos para avaliar a significância estatística das diferenças encontradas (Teste F – ANOVA). Dos resultados, observa-se que, mesmo após a introdução dos custos de transação, a carteira com administração ativa apresentou retornos superiores: 442,121%, contra 375,622% da carteira do Ibrx, 334,121% da carteira com diversificação ingênua e 197,991% do Ibovespa. Porém, do ponto de vista estatístico, os testes não apresentaram significância, invalidando a possibilidade de afirmação de superioridade da administração ativa. A despeito de os resultados não serem significativos do ponto de vista estatístico, pode-se dizer que nenhum investidor ficaria insensível às diferenças encontradas, pois a gestão ativa também permitiu observar os seguintes aspectos: obtenção de carteira com menor volatilidade total (desvio padrão), menor risco sistemático (beta), menor amplitude, maior Índice de Sharpe, maior Índice de Treynor e maior Alfa de Jensen. Isso tudo permite colocar em dúvida a hipótese de eficiência do mercado de capitais brasileiro.