Resumen:
A solução aquosa de formaldeído metanal, mais conhecida como formol ou formalina, é utilizada por diversos setores da indústria. Em hospitais, laboratórios e universidades, essa substância apresenta grande aplicação na preservação e fixação de tecidos, amostras e peças anatômicas. Apresentam-se em concentrações que variam entre 8 e 10%. Nessas atividades, alterações nas soluções podem ocorrer como a evaporação do solvente, diluição e turvamento, alterando algumas propriedades, podendo ser necessário substituir e/ou repor as soluções para ajuste de concentração. Estas práticas levam a geração de efluentes, onde em muitos casos o descarte é realizado transferindo o poluente para que empresas terceirizadas façam o tratamento e/ou descarte correto no meio ambiente. A falta de legislação específica aplicável é um dos fatores que dificulta o processo de tratamento deste efluente. Além disso, o formaldeído, mesmo não sendo um resíduo gerado em grande escala, considerando-se a sua massa, é um efluente altamente impactante ao meio ambiente devido à sua toxicidade e persistência. Neste trabalho, o efluente contendo formaldeído gerado pelos laboratórios da UNISINOS foi caracterizado quanto a sua concentração, pH, DQO, DBO, sólidos suspensos totais, sólidos suspensos voláteis, cor aparente, cor verdadeira e turbidez. Uma avaliação preliminar com efluente sintético foi realizada onde se constatou que: 1) o pH alto favorece a reação de oxidação com H2O2, 2) quanto maior a concentração do poluente menor é o desempenho do oxidante, 3) o uso de solução tampão melhora significativamente a oxidação de formaldeído e 4) o uso de ozônio em pH médio não promoveu a oxidação do efluente. Com o efluente bruto e solução tampão o desempenho não se repetiu quando oxidada com H2O2. Assim, foram avaliados os oxidantes H2O2, O3 e H2O2 combinado com O3, no tratamento de efluentes contaminados com formaldeído com concentração inicial na faixa de 2.000 a 2.500 mg/L. Os ensaios foram monitorados a partir da concentração de formaldeído, pH e DQO. Utilizando uma relação de formaldeído/H2O2 de 1:0,8 (m/m) e um gerador de ozônio com capacidade entre 9,2 a 10,3 g/h, após 72 horas de tratamento combinado destes dois oxidantes, este processo foi capaz de remover entre 70 e 95% de formaldeído, representando, em média, 82% de degradação do poluente. Avaliando os novos padrões de emissão, depois do tratamento de melhor desempenho quanto a redução da concentração de formaldeído, o efluente ainda não atende a Resolução CONAMA 430/2011 que dispõe sobre a emissão de efluentes em corpos de água receptores, mas traz a concentração de formaldeído para um valor próximo a 400 mg/L.