Abstract:
Este trabalho parte dos caminhos e encontros utilizados para a implantação de um Protocolo de Sepse Grave em um Hospital Universitário. O estudo é de abordagem qualitativa usando o método narrativa auto-referente. Utilizou-se os pressupostos da Educação Permanente em Saúde (EPS) como método de ativação de rede, onde os envolvidos são os atores da equipe assistencial do serviço em estudo, os mesmos foram convidados a pensar na elaboração coletiva de um Protocolo de Sepse Grave. Esta narrativa revela o percurso de uma enfermeira que realiza a construção em rede (rodas em redes) de um Protocolo de Sepse Grave. Aponta as possibilidades e entraves e as construções coletivas que surgiram no percurso com objetivo de subsidiar os serviços de saúde para a construção de coletivos organizados para a produção de saúde. Os resultados do estudo indicam para muitos aprendizados, destacando-se a construção de redes no interior dos serviços de saúde e a importância de atuarmos na perspectiva da linha de cuidado. Além disso, o estudo revela a necessidade de disseminação de uma gestão colegiada no sentido de proporcionar espaço para escuta e conversação para que os profissionais da saúde se sintam parte integrante do processo de cuidado, que atuem na perspectiva usuário-centrada e em busca de um projeto terapêutico singular. O processo de enfermagem (PE) é um instrumento que orienta o cuidado profissional de enfermagem. A inserção dos sistemas informatizados no campo da enfermagem deve contribuir para sua aplicação, e estes devem possibilitar a aplicação de todas as etapas, conforme preconizado na legislação vigente. OBJETIVOS: desenvolver um software para aplicação do processo de enfermagem em serviços de saúde e avaliar as potencialidades do uso do software para o registro do processo de enfermagem. MATERIAL E MÉTODO: estudo de desenvolvimento tecnológico, com a produção de um software para coletar informações dos pacientes para a realização do PE. Na construção do software, foi utilizada a metodologia orientada ao objeto, e as etapas do PE foram seguidas conforme a Resolução COFEN 358/2009 e alicerçado na Teoria das Necessidades Humanas Básicas de Maslow. Para sua avaliação, utilizaram-se o roteiro da ABNT NBR ISO/IEC 14598-6 (2004) e o modelo de qualidade descrito na norma ISO/IEC 25010 (2008). A validação do Sistema de Aplicação do Processo de Enfermagem foi realizada por 21 expertises (10 enfermeiros e 11 profissionais de informática). RESULTADOS: na avaliação dos expertises enfermeiros, a característica “adequação funcional” obteve 100% das respostas de acordo, “confiabilidade”, 93,7%, “usabilidade”, 94,5, “eficiência no desempenho”, 100%, “compatibilidade”, 100%, e “segurança”, 100%. Os expertises profissionais de informática também avaliaram “adequação” com 95,1% das respostas de acordo, “confiabilidade” com 93,3%, “usabilidade” com 97,4, “eficiência no desempenho” com 98,9%, “compatibilidade” com 93,7%, “segurança” com 100%, “manutebilidade” com 97,3%, e “compatibilidade” com 94,4%. O SISAPENF foi avaliado como de acordo com um percentual acima da meta estipulada, que era de 70% das respostas de acordo. CONCLUSÃO: o presente estudo comprovou que o software SISAPENF atende à necessidade para a aplicação do processo de enfermagem em todas as suas etapas e também pode ser utilizado para realização de simulação realística, treinamentos e prática diária, além de possuir facilidade de acesso.