Resumen:
Este estudo objetivou analisar a autopercepção de coordenadores de curso superior de IES privadas e comunitárias do RS acerca de seu Capital Psicológico e da capacidade de gera-lo em professores, pares ou alunos. A pesquisa, caracterizada como uma pesquisa de campo, de abordagem quantitativa e qualitativa, teve como amostra 309 respondentes. Nestes, foi aplicado o PCQ (24), através de survey eletrônica, enviada por e-mail, e realizadas entrevistas semiestruturadas com 10 coordenadores. Como resultados pode-se notar que, a este gestor docente são atribuídas inúmeras atividades operacionais, que fazem com que ele tenha dificuldades em gerir integralmente o curso que coordena. Quanto ao Capital Psicológico, os resultados apontaram para uma média mais alta de autoeficácia nos homens, enquanto otimismo foi mais alto nas mulheres. O tempo de atuação como coordenador não pareceu influenciar nas quatro dimensões do PsyCap, mas o tempo de atuação no meio universitário sim, onde os coordenadores, que estão entre 5 a 10 anos neste, foram os que apresentaram as melhores médias nas quatro dimensões PsyCap. Quanto à capacidade de gerar Capital Psicológico nos professores, através do inventário de incidentes críticos, aplicado na segunda parte da entrevista, ficou claro que os coordenadores, mesmo com uma sobrecarga de envolvimento com processos burocráticos ainda conseguem estimular, além dos professores, também pares e alunos nas quatro dimensões do PsyCap. Estes resultados apontam para uma necessidade de revisão, por parte destas IES, sobre o papel do coordenador de curso superior, pois com o mercado educacional concorrido em virtude de uma oferta de cursos que está maior que a demanda, e as exigências de qualidade estrutural e organizacional requeridas pelo MEC, devem repensar competências, atribuições e poder para este profissional que além de gestor integral do curso que coordena também atua como docente. Sendo assim, a possibilidade de que este venha a atuar efetivamente como um líder, estimulando professores, pares e até mesmo alunos quanto às dimensões do Capital Psicológico, poderá se tornar uma realidade mais frequente, fazendo com que a instituição tenha um ganho em qualidade de gestão educacional e consequente melhoria do desempenho laboral deste profissional e também de seus docentes.