Resumo:
O estudo voltado para educação rural e/ou do campo, que ainda está carente de pesquisas, vem apresentando debates e estudos que envolvem a agricultura familiar brasileira das últimas décadas. O ensino vem sendo reconhecido como fonte de desenvolvimento do meio rural. O estado vem assumindo sua responsabilidade, contribuindo com movimentos sociais que atuam lutando para oferecer um ensino de qualidade às demais classes. Partindo dessa temática apresenta-se aqui o ponto de partida para a análise, o Programa Escola Ativa e seu processo de mudança do sistema educacional e no atendimento ao povo do campo. A reflexão sobre essas práticas pode proporcionar ferramentas conceituais para se compreender os caminhos desde a implantação de propostas pedagógicas bem como as dificuldades enfrentadas pelo sistema de ensino, tanto no âmbito da gestão escolar quanto da coordenação pedagógica. A interpretação dos fatos e a construção dos significados das práticas em relação às informações retiradas dos registros podem apontar o caminho das escolas no sentido da inovação. Este estudo tem como campo empírico uma Escola Municipal de Ensino Fundamental urbano-rural, onde foi realizada uma análise dos projetos político-pedagógicos elaborados no período de 2008 a 2012, além de entrevistas dialogadas informais e não estruturadas com professores e gestores. Através de dados obtidos dos PPP da escola foi possível traçar um caminho no sentido de dar visibilidade aos processos conduzidos pelos gestores da comunidade escolar ao procurar dar conta dos desafios estabelecidos diante das mudanças oferecidas pelo PEA. Compreendendo a teoria da organização, foi possível perceber e explicar o funcionamento da instituição de ensino e a forma que a comunidade escolar atua sobre ela diante das mudanças ao implementar melhorias com o PEA. Como resultado, destaca-se que o PEA foi indutor de melhorias no planejamento escolar, o que se percebe na própria qualidade dos PPP revisitados ao longo dos anos, bem como nas práticas da gestão escolar.