Resumen:
Os Fundos de Pensão são importantes investidores institucionais, detentores de um grande volume de recursos, proveniente das poupanças previdenciárias de seus participantes. Com a finalidade de cumprir com seu principal objetivo (pagamento de benefícios futuros), os Fundos de Pensão precisam empregar seus recursos nas modalidades mais rentáveis de investimentos, levando em consideração o prazo e o nível de risco apresentado. Para auxiliá-los nesta questão, foram criados os Princípios para o Investimento Responsável (Principles for Responsible Investment - PRI), os quais consideram que empresas sustentáveis, do ponto de vista, ambiental, social e de governança corporativa podem gerar maior valor para o acionista no longo prazo, pois estão mais preparadas para enfrentar riscos futuros. Considerando que os Fundos de Pensão podem ocupar assento no conselho das empresas investidas, buscando auxiliá-las nas questões abordadas pelo PRI, o presente estudo tem como principal objetivo analisar a relação entre o ativismo exercido por um Fundo de Pensão brasileiro, signatário do PRI, e o nível de governança corporativa e práticas sustentáveis adotados pelas empresas investidas. Para a realização desta pesquisa foram elaborados e testados três modelos estatísticos. O primeiro modelo avalia a relação entre ativismo e responsabilidade ambiental (IRA), o segundo avalia a relação entre ativismo e responsabilidade social (IRS), e o último avalia a relação entre ativismo e governança corporativa (IGOV). Os dados foram coletados através do método de pesquisa documental e foram extraídos de diversas fontes. A amostra utilizada neste estudo foi selecionada a partir da carteira de investimentos da PETROS – Fundação Petrobras de Seguridade Social, segundo maior Fundo de Pensão brasileiro. Foram consideradas 41 empresas, observadas pelo período de 10 anos (2001 à 2010). A metodologia aplicada para a regressão dos modelos estatísticos foi o método de Dados de Painel, com efeitos aleatórios. Por fim, foram apurados os resultados e analisados os índices de responsabilidade ambiental (IRA), responsabilidade social (IRS) e governança corporativa (IGOV) das empresas investidas, antes e após a presença do ativismo do Fundo de Pensão. Os resultados encontrados suportam as hipóteses de que o ativismo exercido pelos Fundos de Pensão está positivamente relacionado com o desempenho socioambiental e o nível de governança corporativa das empresas nas quais investem.