Resumo:
Esta pesquisa possibilita uma reflexão sobre formação e atuação profissional, a partir das vozes das professoras alfabetizadoras, usuárias da língua materna, com conhecimento específico e particularidades próprias do trabalho pedagógico. Nesta perspectiva, coloca-se o objetivo de analisar concepções sobre práticas alfabetizadoras dessas egressas do curso de Pedagogia, tendo em vista suas concepções de leitura e escrita e suas vivências como produtoras e usuárias da língua materna, considerando também o processo de formação docente. Neste cenário, busca-se compreender o jogo social entre o que tem influenciado teoricamente e produzido a sua prática pedagógica de alfabetizadoras. Participam do estudo cinco professoras alfabetizadoras, em exercício de sua docência no ciclo de alfabetização, e duas professoras formadoras, pertencentes ao grupo de coordenadores do PNAIC da Secretaria de Educação do município, todas egressas do curso de Pedagogia de uma universidade estadual da região Nordeste do Brasil. O estudo é de cunho qualitativo, tendo como ponto de partida as entrevistas com as docentes envolvidas na pesquisa, além da sistematização de encontros de grupo dialogal que versavam sobre leitura, escrita, alfabetização e formação docente. Os alicerces teóricos da investigação apoiam-se em Bakhtin (2003, 2006), Faraco (2009, 2010, 2012), Kleiman (2004, 2005, 2007), Morato (2004) Soares (2005, 2010, 2013), Rego (1995), Vygotsky (1996, 1998), dentre outros. Entre as constatações do estudo destaca-se que língua, linguagem, alfabetização e letramento são conceitos produzidos na forma particular como as alfabetizadoras interagem com o fazer docente, considerando suas vivências como usuárias de língua materna constituída no curso de suas histórias de escolarização. Neste percurso, concebem a língua como objeto e meio para alcançar o conhecimento.