Resumen:
Pensar os escritos da Companhia de Jesus no século XVIII implica refletir sobre o significado simbólico do que foi produzido pelos seus membros, bem como sobre as condições em que estes escritos foram produzidos (CERTEAU, 1982). A proposta desta dissertação é a de analisar a obra produzida pelo jesuíta José Chantre y Herrera intitulada Historia de las misiones de la Compañía de Jesús en el Marañón español 1637-1767. Sua narrativa é dividida em doze livros que tratam das Missões de Maynas (1639 a 1767), localizadas no Alto Amazonas e foram dirigidas pelos padres da Companhia em meio a várias etnias indígenas. Chantre y Herrera era professor de metafísica quando, em 1767, sofre as sanções do decreto de Carlos III que expulsou todos os membros da Ordem dos territórios da Monarquia Espanhola. Ele jamais conheceu a América, entretanto, escreveu a obra da qual tratamos, a partir de informações e documentos produzidos por seus companheiros que tinham vivido e trabalhado naquela região de missão. Consideraremos, portanto, os motivos que instigaram este autor a escrever para seus pares e para uma Europa ilustrada, que vivia um momento de debates historiográficos, e tentaremos, por meio dele, acompanhar os debates que na época pautaram a “escrita da história do Novo Mundo” (CAÑIZARES ESGUERRA, 2007).