Resumo:
Esta pesquisa teve como lócus o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí - IFPI Campus Teresina Central e visa analisar que significados os professores da instituição atribuem à implementação do Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na modalidade da Educação de Jovens e Adultos - PROEJA. Assim, a partir das representações coletivas dos docentes sobre o referido Programa, pretende-se compreender a dimensão que o mesmo tem alcançado como política pública na visão dos docentes, pois, a forma como os professores se envolveram e perceberam a proposta do PROEJA está intimamente ligado ao sucesso ou não dos cursos ofertados pelo IFPI. Neste estudo, as representações foram entendidas a partir de Roger Chartier "como classificações e divisões que organizam a apreensão do mundo social enquanto categorias de percepção do real, do poder e da dominação que se encontram emaranhados". Desse modo, as representações do mundo social são determinadas pelos interesses dos grupos que as forjam. A metodologia empregada neste estudo qualitativo foi a entrevista compreensiva que postula não somente a realização de perguntas necessárias a pesquisa, mas proporciona liberdade a novos questionamentos não previstos pelo pesquisador no intuito de entender e estabelecer uma relação entre os relatos dos professores e a implementação do PROEJA como política pública educacional. A análise dos dados foi inspirada em Michel Foucault no sentido de compreender as formas pelas quais os poderes se ligam a determinados discursos, a fim de produzir efeitos de verdade. A pesquisa possibilitou o entendimento de que os docentes são enredados e criados pelo seu próprio discurso os quais resignificam e vinculam em um processo recursivo. Nesse sentido, verificou-se através da pesquisa que as representações coletivas dos professores sobre as dificuldades e complexidades vividas por eles estão ancoradas, principalmente, na forma em que o Programa foi implantado. De fato, em meio a muitas resistências e dificuldades reais em incluir alunos há muito tempo afastado da escola e com experiências escolares tão negativas, a implementação do PROEJA no Campus Teresina Central, apesar da adesão de alguns, ainda não se concretizou efetivamente.