Resumo:
A pesquisa busca problematizar o uso do clichê no cinema, entendendo-o como um processo comunicacional que ajuda contribuir com a compreensão da forma e do conteúdo dos filmes. O foco do estudo recai sobre os clichês, presentes no subgênero de terror slasher, por meio de conexões com o arquétipo da sombra. Três eixos conceituais basilares organizam o trabalho: filmes terror, forma e conteúdo estéticos, processo de construção e narrativas dos personagem dos filmes de terror. As poucas pesquisas específicas sobre os clichês no cinema nos levaram à utilização de autores de diversas vertentes, entre eles estão os pesquisadores do campo da comunicação e do audiovisual como Eco, Mcluhan, Xavier, Aumont, Bordwell. Também participaram da construção teórica estudiosos de narrativa como Candido, Mckee, Campos, Field. O campo da filosofia em sua ligação com a vertente estética foi igualmente importante com Kant, Szondi e Burke. A pesquisa empírica se deu sobre uma coleção de seis filmes do subgênero slasher produzidos entre 1979 e 1984, a partir dos quais foi realizada uma análise em três etapas que visaram um mapeamento dos clichês de medo encontrados no corpus. A tese afirma que o clichê faz parte da instituição cinema, bem como, constitui a linguagem cinematográfica e se compõe a partir de certo grau de mobilidade. No que se refere às lógicas que constituem o clichê de medo em filmes de terror slasher fica evidenciada a presença do sublime nos 18 clichês encontrados. Eles se organizam na forma-conteúdo de maneira a estabelecer uma forte característica de valorização do espaço-tempo de incerteza dentro da estrutura dramática, colocando em destaque a ideia de ameaça.