Resumo:
Os lixiviados são efluentes gerados em depósitos de resíduos sólidos, através da decomposição da matéria orgânica, somados as águas de infiltração e a materiais suspensos. Ele possui compostos biodegradáveis e recalcitrantes - de difícil degradação biológica (biodegradação). Este efluente necessita de um tratamento antes de ser disposto no meio ambiente. O objetivo deste trabalho foi avaliar o uso de ozônio (O3) e peróxido de hidrogênio (H2O2) como processo oxidativo avançado (POA), visando a remoção de compostos recalcitrantes em lixiviados de aterros sanitários. Foram utilizados dois lixiviados provenientes do aterro sanitário de São Leopoldo/RS: bruto e tratado por lagoas, os quais foram tratados apenas por O3 em concentração de 29 mg/L (gerados a partir de processo corona) ou com adição de 1000 mg/L de H2O2 ao O3. Os ensaios ocorreram em escala piloto, sendo tratados 460 L de lixiviado em cada ensaio, os quais tiveram duração de 96 horas. O POA (operando com os oxidantes O3 e O3 + H2O2) mostrou-se mais eficiente no tratamento de lixiviados que tiveram as menores concentrações iniciais de DBO, DQO e COT, independente de ser lixiviado bruto ou tratado. Altas remoções de cor aparente, DQO e COT foram observadas, chegando a 99%, 88% e 66%, respectivamente. A maior remoção de carbono inorgânico foi 23%, porém o grupo que iniciou com a maior concentração desse parâmetro, obteve as maiores remoções para todos os outros parâmetros estudados. A adição de H2O2 aumentou a eficiência de remoção de todos os parâmetros analisados, porém não de forma significativa. Observou-se necessidade de tratamento complementar ao POA deste estudo.