Abstract:
Nos últimos anos, tem sido expressiva a oferta de unidades habitacionais em empreendimentos habitacionais de interesse social (EHIS), sendo a maioria fomentada por programas de subsídio e financiamento do governo federal. Em contrapartida, o grande número de obras acaba por aumentar os impactos ao meio ambiente, inerentes ao processo de produção dos edifícios. Além disso, verifica-se no setor uma preferência por edificações cujo tipo arquitetônico adotado é possivelmente mais oneroso do que outras alternativas, além de uma reduzida qualidade das unidades habitacionais. Portanto, a eficiência na execução destes empreendimentos é um aspecto relevante no que diz respeito à otimização no uso dos recursos - tanto naturais como financeiros. No âmbito do conceito do tripé da sustentabilidade, torna-se fundamental o conhecimento das relações do tipo arquitetônico e demais decisões tomadas na etapa de projeto, quando se tem maior influência em fatores que podem reduzir custos, aprimorar quesitos de habitabilidade e ainda minimizar os impactos ambientais. Neste sentido, o objetivo principal desta pesquisa é investigar a influência do tipo arquitetônico em impactos ambientais, no custo e em quesitos de habitabilidade em empreendimentos habitacionais de interesse social (EHIS). Para tanto, foi utilizado o projeto e o orçamento de um EHIS localizado no município de São Leopoldo/RS, fornecidos por uma empresa construtora e cujo tipo arquitetônico com planta em forma H é amplamente difundido na região. A partir desse projeto, denominado Projeto-base, foram feitas simulações do tipo arquitetônico visando aprimorar quesitos de habitabilidade e aumentar o índice econômico de compacidade (IeC), partindo do pressuposto de que com o aumento do IeC reduz-se a quantidade de materiais aplicados nos projetos e, consequentemente, minimiza-se os impactos ambientais além dos custos de produção. Os projetos simulados, denominados Projetos-propostos, tiveram a energia incorporada (EI) e a emissão de CO2 dos materiais estimadas, com o intuito de compará-las com o Projeto-base. Em seguida, foram investigadas as diferenças no custo e também em quesitos de habitabilidade, visando à comparação entre o Projeto-base e os Projetos-propostos. Os resultados apontam para uma redução de 7% da EI e 8% de emissão de CO2 em benefício do projeto-proposto. Em termos de custos de produção, o projeto-proposto apresentou redução de 7%, além de melhorias nos quesitos de habitabilidade como conforto térmico e lumínico, funcionalidade e flexibilidade de planta.