Abstract:
O presente estudo analisa o processo de constituição da identidade de egressos do sistema penitenciário em tratamento para tuberculose. Acredita-se que a escolha do tema proporcione novas discussões sobre a questão da tuberculose nas prisões e a constituição de estigmas na identidade e no reconhecimento do egresso, na medida em que se compreendam os fatores políticos, ideológicos e subjetivos implicados na constituição da identidade destes sujeitos. Conforme dados doinquérito radiológico realizado pelo Projeto Fundo GlobalePrograma Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT) a prevalência de tuberculose no Presídio Central em 2011 é de 9,1% número que contribui para o título de Porto Alegre como capital com maior incidência de casos no país. O preso ao desenvolver a tuberculose ganha um reforço de estigmas pelo sistema penitenciário, pois a doença fora da prisão afirma uma identidade de desqualificado social. Para compreensão do conceito de identidade usamos a teoria de Antônio da Costa Ciampa (1998) Compreendida aqui como Sintagma Identidade- Metamorfose- Emancipação. No que se refere ao Reconhecimento utilizamos a proposta de Nancy Fraser(2006) e as leituras de Giorgio Agamben (2010) sobre o Estado de exceção. A relevância da presente pesquisa associa-se à possibilidade de problematizar a relação da constituição da identidade de egressos da prisão em relação ao tratamento para tuberculose e os fatores que configuram as metamorfoses na trajetória de vida desses sujeitos nabusca por reconhecimento e estratégias de emancipação.