Resumen:
O objetivo desta pesquisa é mostrar que a filosofia da linguagem de Walter Benjamin possui implicações políticas que atribuem à linguagem humana uma missão. Entre os pressupostos desta missão está a construção de um projeto que tenha como princípio e fim a redenção revolucionária da humanidade. Tal projeto, porém, não se realizará sem a conjugação entre passado, presente e futuro. Benjamin entende que a viabilidade para essa conjugação precisa de uma linguagem onde a rememoração, o resgate das experiências perdidas (possível através de uma prática tradutora que se aproxima do original) e o messianismo se tornem condições para a interrupção do progresso, quando este for desumanizante. Estas condições estão no centro do projeto benjaminiano, mas somente ganham sentido quando são pensadas a partir de uma linguagem que vai além dos signos e consegue fazer com que as coisas e os eventos se comuniquem na linguagem e não apenas através dela. Frente a isso, esta tese acerca das implicações políticas da linguagem em Walter Benjamin apresenta, em primeiro lugar, a estruturação da teoria da linguagem construída pelo filósofo. Em segundo lugar, traz as implicações políticas da linguagem na filosofia da história e, em terceiro lugar, faz referência às implicações políticas da linguagem a partir das reflexões de Benjamin sobre a linguagem e a temporalidade. As análises, interpretações e ponderações que dão vida a esta tese sugerem que a teoria da linguagem de Walter Benjamin é uma espécie de herança prometida. A conquista dessa herança implica um retorno à origem da linguagem. Mas, essa possibilidade não é mais possível. Diante disso, resta à humanidade a tarefa de caminhar rumo à origem da linguagem e perceber a sua dimensão mágica presente em todas as coisas. Assim, a linguagem poderá transformar-se em um vigoroso instrumento político capaz de fazer com que o irromper da consciência desperta tenha forças para reavivar experiências onde o "ocorrido" nos toca, sugerindo, se necessário, uma reviravolta na construção e interpretação da história.