Resumen:
A intensificação da concorrência tem levado as empresas a desenvolverem formas organizacionais que diferem da dicotomia fazer/comprar. Entre as opções disponíveis para as pequenas e médias empresas, destaca-se o desenvolvimento de relacionamentos cooperativos do tipo redes horizontais de empresas. A literatura tem documentado uma série de ganhos ou benefícios decorrentes dessa forma de organização da atividade econômica. Para esta tese, considera-se que os ganhos competitivos isoladamente não garantem o sucesso das redes horizontais, isto é, a sua continuidade por tempo indeterminado. Além dos ganhos competitivos, incluemse nesta tese a confiança e a satisfação com a rede como fatores que influenciam a intenção de permanência de empresas em redes horizontais. A questão da confiança interorganizacional, apesar de amplamente discutida, tem se limitado ao campo teórico com poucos estudos empíricos desenvolvidos em redes horizontais de empresas. Outra lacuna teórica identificada é a ausência de estudos que considerem a satisfação com a rede e a intenção de empresas permanecerem nas redes. Com base no exposto, o objetivo desta tese é analisar como a confiança, os ganhos competitivos e a satisfação com a rede influenciam a intenção das empresas permanecerem em redes horizontais varejistas. A comparação de modelos, por meio de equações estruturais, indicou que o modelo originalmente proposto representava mais adequadamente a relação entre os constructos. Dessa forma, a partir do modelo original, foram suportadas as hipóteses que indicavam a influência (positiva) i) (H1a, H1b, H1c, H1d) da confiança sobre os ganhos competitivos (ganhos econômicos, relações sociais, legitimidade e aprendizagem e inovação); ii) (H2a) dos ganhos econômicos sobre satisfação com a rede; iii) (H4) da confiança sobre a intenção de permanência na rede; e iv) (H5) da satisfação com a rede sobre a intenção de permanência na rede. Conjuntamente, os resultados desta tese mostram que a confiança, os ganhos econômicos e a satisfação com a rede são os fatores que determinam a intenção das empresas permanecerem em redes horizontais varejistas.