Resumen:
O objetivo desse estudo é investigar de que forma ocorrem os efeitos de transmissão de política monetária no Brasil e no Chile. Para esse fim, é utilizado um modelo econométrico VEC (vector error correction), no período do primeiro trimestre de 1995 até o último de 2010 para o modelo brasileiro de do primeiro trimestre de 2000 até o primeiro de 2011 no Chile. Inicialmente, a revisão teórica e empírica faz uma discussão acerca do tema. Subsequentemente, são analisados alguns fatos estilizados sobre as políticas monetárias do Brasil e do Chile e outras variáveis macroeconômicas. Os principais resultados encontrados por meio do modelo econométrico mostraram que a política monetária brasileira pode ser capaz de influenciar a produção industrial no longo prazo, e ocorre um trade-off entre elevação na atividade econômica e controle da inflação. Adicionalmente, a manutenção da taxa de juros num patamar alto pode implicar em queda da atividade econômica, elevação da dívida pública sobre o PIB e valorização cambial, que possui efeito de controlar a inflação, mas reduz a atividade industrial. Entretanto, a alta nos juros pode ser influenciada por aumentos da dívida pública e no risco. A taxa de câmbio mostrou-se como um canal relevante para a transmissão de política monetária, no entanto, sem efeitos no longo prazo. No Chile, a política monetária pareceu agir passivamente, com a produção industrial sendo o canal mais relevante para a desaceleração da inflação. A taxa de câmbio não demonstrou desempenhar um papel relevante na transmissão da política monetária. Por sua vez, um aumento na taxa de juros pareceu ter maior sensibilidade na queda na atividade industrial em relação à desaceleração da inflação, com efeito de longo prazo. A pouca influência dos riscos na taxa de juros pode indicar que o Banco Central chileno consegue manter essa variável num patamar baixo, otimizando sua atuação.