Resumen:
Neste estudo apresentam-se os princípios, as diretrizes e as orientações educacionais e/ou de segurança que orientaram as políticas de redução e prevenção da violência no ambiente escolar; identificam-se alianças, modelos, discursos e concepções subjacentes que sustentam a aproximação entre a Secretaria de Estado de Educação (SEDUC) e a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso (SEJUSP). Discute-se a temática da redução e prevenção da violência no ambiente escolar à luz da teoria dos autores: Zygmunt Baumam e Sergio Francisco Carlos Graziano Sobrinho que contribuem com seus estudos para adiscussão sobre a relação neoliberalismo/violência e os reflexos na formulação das iniciativas públicas de redução e prevenção da violência. A pesquisa é qualitativa, e utilizam-se como instrumentos de coleta de dados fontes documentais e questionário aberto, e a abordagem ancora-se em Maria Cecília Minayo. O estudo aponta para a projeção do pensamento neoliberal na formulação das iniciativas públicas de redução e prevenção dos conflitos e da violência no ambiente escolar mato-grossense, sendo que no período de 2003 a 2010 a SEJUSP delineou ações para as escolas, desenvolvendo projetos e programas sociais e educacionais que consolidaram a presença de agentes de segurança pública nos estabelecimentos de ensino com a justificativa de proteger os atores e manter a ordem daqueles classificados pela escola e a sociedade como mal-educados, problemáticos e desajustados. Embora convocasse a sociedade para discutir o problema da violência no ambiente escolar, a SEDUC teve participação secundária na elaboração das estratégias de segurança, as quais foram definidas sob o prisma da SEJUSP, mesmo que as manifestações ocorridas em ambiente escolar não fossem caso de polícia. Os projetos, programas e ações originárias da SEDUC voltados à redução e prevenção da violência no ambiente escolar tiveram desenho policial quando deveriam ser ações pedagógicas e educacionais.