Resumo:
O aterro sanitário é considerado um método adequado para o tratamento e a destinação final de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU). No Brasil, cerca de 60% dos municípios dispõem seus resíduos em locais inadequados, sem nenhum tipo de tratamento, causando prejuízos ao ambiente. A elevada proporção de matéria orgânica biodegradável presente na massa de resíduos associada às altas taxas de água que percola para o interior do aterro, criam as condições ideais para originar os principais subprodutos da sua degradação: lixiviado e gases (CO2, CH4, NH3, N2O). Destes, o metano é o que apresenta maior potencial para causar o efeito estufa. O sistema de cobertura final dos resíduos é a principal estrutura para evitar a poluição do ar devido aos gases gerados em aterros de resíduos sólidos, já que é o elo existente entre o ambiente interno dos resíduos e a atmosfera. O sistema de cobertura deve impedir a infiltração da água de chuva e a liberação de gases para atmosfera. Esta pesquisa visou verificar a presença microbiota com potencial de oxidar metano na cobertura do aterro Municipal de São Leopoldo. A presença destes microrganismos pode auxiliar na minimização da emissão de gases causadores do efeito estufa. O trabalho foi desenvolvido no laboratório de Saneamento Ambiental. A partir de amostras de solo coletadas na cobertura do aterro foram realizados ensaios de caracterização geotécnica. Dois tipos de solo foram identificados na cobertura do aterro: solo areno-argiloso e solo areno-siltoso. A espessura da camada de cobertura dos pontos amostrados apresentou valores entre 30 cm e 90 cm de altura. Também foram realizados ensaios de controle do consumo de gás metano e observação microscópica do crescimento da microbiota presente nos frascos com meio de cultura específico para o crescimento de bactérias metanotróficas. A análise cromatográfica dos frascos controle sugere a redução dos percentuais de metano durante o período de incubação. Porém, não ocorreu a turvação do meio de cultura em nenhum dos frascos analisados durante o período de incubação (20 dias). Após o período de incubação os frascos das amostras P7 e P8 foram mantidos na estufa a uma temperatura de 30º. Verificou-se, 13 dias depois, que os frascos controle turvaram. Provavelmente, seja necessário um período maior de enriquecimento e de cultivo para a aclimatação desses microrganismos.