Resumen:
Micro-organismos queratinolíticos são encontrados em diversos ambientes, já havendo sido descritos diversos fungos e bactérias. Entre as enzimas microbianas que vem ganhando destaque estão as queratinases, responsáveis pela degradação da queratina. O objetivo desse trabalho foi isolar e identificar micro-organismos produtores de queratinases a partir de penas em decomposição provenientes de pinguins (Pygoscelis antarctica e Pygoscelis papua) da Ilha Rei George, Antártica. O cultivo dos micro-organismos foi realizado em placas de ágar farinha de pena (AFP) a temperatura ambiente (± 25 e 8 ºC) e posteriormente, foram armazenadas na geladeira (8 ºC). Os micro-organismos selecionados foram identificados a partir de análises moleculares, através da obtenção da sequência do gene 16S do rDNA. Para avaliação inicial do potencial proteolítico, os isolados foram inoculados no meio Ágar leite (AL) e incubados por 7 dias nas temperaturas de 8 ºC, por uma semana, a 25 ºC e 37 ºC, por até 48 horas, sob os pHs 5,0, 7,0, 9,0 e 11,0. Aqueles capazes de formar halos em AL formam selecionados para os testes enzimáticos sob o substrato de caldo farinha de pena (CFP). Para a determinação da atividade queratinolítica foi utilizado o substrato azoqueratina. O isolado identificado através do gene 16S como Lysobacter sp. foi capaz de crescer no meio AFP como única fonte de carbono e nitrogênio e apresentou também a formação de halos em AL e, produzindo queratinases quando inoculado no meio CFP e incubado 8 ºC e 20 °C, pH 7,0. Este é um dos primeiros trabalhos a confirmar a existência de bactérias produtoras de proteases queratinoliticas no Ambiente Antártico, as quais mostram-se ativas nas faixas de temperaturas abaixo de 25 ºC.