Resumo:
Esta dissertação teve o propósito de explorar no âmbito da pesquisa qualitativa o processo de tornar-se pai, mãe e filhos na adoção de irmãos maiores e interpretar como se deu a construção paterno-filial, a partir de um estudo de caso discutido segundo a perspectiva psicanalítica. Neste sentido, tivemos o interesse em compreender como se deu o processo de filiação, tanto na perspectiva parental, como na das próprias crianças. Portanto, os objetivos específicos dirigiram-se para, na perspectiva parental, entender as motivações conscientes e desejos subjacentes ao processo de adoção, identificar os medos, fantasias e lutos deste processo, verificar como se deu o processo de identificações paterno-filiais num processo de acompanhamento longitudinal de oito meses (maio a dezembro de 2010). Na perspectiva das crianças, acompanhar as características do estágio de convivência familiar, identificar medos e temores no processo. Os procedimentos de coletas de dados incluíram testes projetivos do desenho de família individual, diário pessoal, fotos, entrevistas clínicas abertas, entrevista de anamnese e Pesquisa Documental investigação sobre as histórias pregressas das crianças no processo de destituição do poder familiar. A coleta de dados ocorreu por um período de cinco meses, totalizando 14 encontros. Os participantes foram dois irmãos um menino de 10 anos e uma menina de 3 anos e 8 meses que estavam em acolhimento institucional e aptos para adoção e, um casal habilitado por uma das Comarcas Estaduais. A análise dos dados se deu psicanaliticamente a partir dos conceitos de Desejo, Não-Desejo, Narcisismo, Identificação, Romance Familiar e Filiação Simbólica. Concluímos que, desta forma, promovemos e auxiliamos no processo desta adoção de irmãos maiores, amenizando as dificuldades e esclarecendo as dúvidas no que tangeu o período do estágio convivência, orientado sobre etapas característica do mesmo, até a construção da filiação a partir da rotina diária.