Resumen:
A busca pela longevidade concorre com o anseio de se viver bem por mais tempo, ou seja, de manter-se ativo e independente mesmo nas idades mais avançadas. A independência funcional surge como a capacidade do indivíduo de realizar uma tarefa que faz parte do seu cotidiano com seus próprios meios. Assim, o presente estudo teve como objetivo conhecer que possíveis fatores estão associados à independência funcional em idosos de um município de pequeno porte do sul do Brasil. Estudo transversal de base populacional. Entrevistas estruturadas foram realizadas nos domicílios de 1.012 idosos com idade igual ou superior a 60 anos. O estado funcional foi avaliado através do Índice de Barthel (IB), sendo considerados independentes os que atingiram pontuação máxima de 100. A análise dos dados foi conduzida no programa STATA 11.0. Para comparações das prevalências do desfecho entre as categorias foi utilizado o Teste de Chi-Quadrado. Para fornecer uma estimativa das razões de prevalência e seus respectivos intervalos de confiança foi realizada regressão de Poisson com variância robusta e o nível de significância considerado foi de 5% (P<0,05). A média de idade dos participantes foi de 72,7 anos (dp=7,9), sendo a maioria dos participantes mulheres, de cor branca e com companheiro. A prevalência de independência funcional foi de 84,8% (IC95%:82,6-87%). Na análise bruta, apresentaram prevalências maiores de independência funcional: homens, idosos de 60 a 69 anos, com companheiro, com maior escolaridade e renda familiar, trabalhadores, praticantes de atividade física, com auto percepção de saúde favorável, que não possuíam comorbidades e não tinham sido hospitalizados. Na análise ajustada mantiveram-se associadas à independência funcional: sexo, faixa etária, estado civil, escolaridade, atividade física, auto percepção de saúde e hospitalização. Quando a amostra foi estratificada por faixa etária, diferentes fatores apresentaram-se associados ao desfecho. A manutenção da independência funcional está intrinsecamente associada ao envelhecimento saudável. Os aspectos associados à independência funcional possibilitam o conhecimento dos múltiplos fatores relacionados a melhora da saúde e qualidade de vida dos idosos. Desta forma, permitem a definição de estratégias de promoção da saúde, que poderão contribuir para a efetividade e eficiência das ações, programas e políticas visando a saúde do idoso.