Abstract:
A presente pesquisa analisa as redes de poder e as estratégias eleitorais na formação de territórios políticos e dos grupos de poder no município de Alegrete, localizado na fronteira da Província de São Pedro com a República Oriental do Uruguai, entre os anos de 1852 a 1867. Nesse período, a fronteira do município de Alegrete foi um espaço de intensas disputas e tensões no interior da classe proprietária pela hegemonia política. Esse território fronteiriço materializou a existência de territórios políticos, grupos e redes de poder com uma dinâmica local e nacional, e traduziu a correlação de forças entre o Estado Imperial Brasileiro e a elite da fronteira oeste sul-rio-grandense. O Estado Imperial Brasileiro ao decretar um conjunto de medidas centralizadoras e o aparato jurídico eleitoral, permeados pela intensidade das relações fronteiriças e a conjuntura política do período em questão, encontrou resistência por parte da classe proprietária da campanha que também impôs o seu ritmo, com certo nível de autonomia.