Resumen:
A pesquisa desenvolvida se insere no contexto da linha de pesquisa: Práticas Pedagógicas e Formação do Educador, do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS e vincula-se ao Grupo de Pesquisa em Educação Digital - GP e-du UNISINOS/CNPq. Tem como objetivo compreender, a partir da análise de documentos do Programa Estação Digital da Fundação Banco do Brasil, referentes à formação dos educadores que atuam naquele programa, se a formação que é proporcionada a eles possibilita um entendimento capaz de fazer da mediação uma estratégia de inclusão social por meio da inclusão digital. Com esse intento, a investigação discute os conceitos: Educador Social, Inclusão - digital e social, Exclusão - digital e social, formação do Educador Social, mediação, dentre outros. A análise desses conceitos, assim como a sistematização de alguns deles na perspectiva da pesquisa se fez possível por meio do diálogo com teóricos como: SANTOS (2005), LÉVY (2005), SILVEIRA (2001, 2004), CASTEL (2004), SAWAIA (2004), LOPES (2006), MARTINS (1997), CASTELLS (2005), SCHWARTZ (2000), BONILLA (2004), FREIRE, (2000, 2003, 2005, 2006), BECKER (2005), PORCHER (2003), TEDESCO (2004), FERNANDES (2004), MARTINEZ (2004), RIOS (2002), LEIVAS (2001) e STRECK (2003, 2007). A pesquisa é de natureza exploratória e envolve a análise qualitativa de dados por meio de um estudo de caso. Utiliza-se análise documental, dos documentos da formação de educadores sociais do programa Estação Digital e entrevistas semi-estruturadas com diferentes sujeitos: especialistas brasileiros e portugueses que atuam na área de educação e tecnologias digitais, educadores do programa Estação Digital da unidade Giga Comunidade (unidade de análise desta investigação) e educandos da mesma unidade. Como resultados significativos podem-se destacar: a constatação de que o conceito inclusão digital vai muito além do simples acesso as Tecnologias Digitais Emergentes (TDEs), no entanto, este conceito necessita de uma melhor apropriação e reflexão teórica; a compreensão de que o conceito "Educador Social" deve ser entendido como o Educador Progressista (FREIRE, 2000) e que nesse contexto a formação deste educador não pode acontecer de forma "aligeirada", sem o devido cuidado e aprofundamento teórico pautado pela análise crítica da realidade sócio-política-cultural dos sujeitos envolvidos. E, ainda a clareza quanto a importância da mediação ser realizada de acordo com as características do Educador Progressista, de forma que propicie um entendimento da mediação enquanto estratégia de inclusão social por meio da inclusão digital.