Abstract:
O objetivo foi analisar como se constituem os espaços sociais para vivenciar a velhice e as sociabilidades que geram identidade e potência aos idosos, transformando-os em atores sociais. O referencial metodológico foi qualitativo. Os sujeitos foram vinte e dois idosos. Os entrevistados foram indicados por conhecidos, via método bola de neve: cada entrevistado apresentou referências/indicações de outros indivíduos elegíveis para participarem do estudo em questão. O instrumento foi um roteiro de pesquisa com questões abertas, e a interpretação foi a partir de análise de conteúdo. A partir dos resultados afirma-se que os idosos vivenciam diferentes dinâmicas de vida e não querem ser vistos como doentes ou coitadinhos. Os tipos ideais encontrados foram: Idosas Viúvas e Solitárias; Idosos Militantes Políticos; Idosos engajados em movimentos culturais;Idosos espiritualizados e solidários e Idosos que trabalham e estudam a questão do envelhecimento. Mas são os espaços de sociabilidades que permitem a que os idosos se potencializem e adquiram identidade pela suas ações. É nos processos de interação (sociação), que se constituem como sujeitos atuantes e constroem as diferentes velhices (tipos ideais) que se encontra hoje na esfera pública. Os idosos, que participam de diferentes sociações enriquecem o seu círculo social e também seu próprio desenvolvimento, intensificando diferentes interações, seja na forma política, cultural ou religiosa. A movimentação na esfera pública acontece quando suas ações impulsionam-se pela subjetividade, possibilitando maior reflexividade, a partir dos movimentos sociais. Essa reflexividade lhe estimula para suas escolhas, para o engajamento e participação política ou para o hedonismo e a religiosidade e os conselhos de direitos têm o dever e obrigação de possibilitar acesso a esses conhecimentos, assim como também às Universidades. Os idosos detentores de engajamento político, apresentam uma liderança e um carisma que os potencializa para a ação em suas comunidades, que constituem seus territórios de ação e trazem esse conhecimento a mão em suas trajetórias de vida. O idoso ainda é representado por políticos, intelectuais e demais pessoas interessadas em tirar proveito da questão social do envelhecimento. Aos poucos vão se acordando para essa realidade e iniciam sua participação, mas pelo elevado número de idosos do Brasil, essa participação política ainda é irrisória e por isso se diz que os idosos ainda não são legitimamente protagonistas na esfera pública, pois a sua movimentação ainda é uma novidade até mesmo entre os próprios idosos.