Resumen:
A partir da cobertura das revistas semanais de informação geral a respeito dos Programas Nacionais de Direitos Humanos (PNDHs), a presente pesquisa busca analisar a forma como a mídia brasileira trabalha as representações de direitos humanos. Visa também a tematizar como os embates próprios do jogo político e os interesses econômicos a ele ligados influenciam a pauta de discussões sobre direitos humanos. Trata-se de pesquisa qualitativa, documental e bibliográfica, em que se procura definir e contextualizar o papel dosdireitos humanos e dos meios de comunicação na contemporaneidade, de forma a destacar as potencialidades e limites destes na efetivação daqueles, especialmente no que se refere à concepção de políticas públicas de educação em direitos humanos. Para isso, à luz da teoria da ideologia e do referencial metodológico conhecido como hermenêutica de profundidade (HP), ambos propostos por John B. Thompson, realiza-se o exame de textos jornalísticos produzidos pelas 4 grandes revistas semanais brasileiras, Veja, Época, IstoÉ e Carta Capital, por ocasião do lançamento dos PNDHs 2 e 3, este no final de 2009, no governo Lula, aquele em meados de 2002, na gestão FHC. Assim, a elaboração dos programas se dá sob diferentes contextos e orientações políticas. A escolha dos referidos veículos de comunicação – aopinião publicada – ocorre em função do poder de influência que detêm perante a opinião pública, seja diretamente sobre seu público leitor, seja sobre as pautas de outros segmentos midiáticos, além de exercer importante ascendência sobre as discussões realizadas no meio político. A partir dos resultados obtidos, constatam-se as ligações entre as representações de direitos humanos que as revistas criam e/ou reproduzem, os interesses comerciais e a condição empresarial de que gozam dentro do mercado editorial brasileiro e, ainda, as orientações políticas a que se alinham.