Abstract:
O objetivo desta dissertação é compreender e analisar como se dá a ascensão ou não ao protagonismo das profissionais negras, em três ambientes universitários. Observa-se, conforme estudos realizados por pesquisadores brasileiros como: Sueli Carneiro (2011), John Land Carth (2011) e Nilma Lino Gomes (1995), pesquisas estatísticas e outras, ao longo dos últimos anos, que as mulheres negras e as mulheres brancas ascendem socialmente, por meio de suas certificações universitárias. Entretanto, mulheres negras e brancas estão alocadas nas empresas e instituições acadêmicas, sendo que a mulher negra não ascende, na mesma proporcionalidade, a cargos diretivos que a mulher branca. Tentando situar a trajetória da mulher negra, por exemplo, abre-se um leque além da etnicidade e da feminilidade, porque ser mulher e negra é viver uma história de sagas e resiliências. A presença da mulher negra na educação e no trabalho justifica-se ao provocar a problematização acerca das sagas e resiliências das mulheres negras estereotipadas muitas vezes como incapazes, incompetentes, despreparadas possibilitando uma reflexão e uma melhor compreensão das práticas preconceituosas na sociedade, as quais acabam marcando e aprisionando as mulheres negras, de modo a deixá-las permanentemente à margem, em todos os sentidos. A desproporcionalidade entre mulheres negras e brancas alocadas nos estabelecimentos universitários será uma forma de discriminação institucional, em que a raça e o gênero estão funcionando como alavanca para esse tipo de racismo?