Resumen:
Diatomáceas são excelentes marcadores bioestratigráficos para as Eras Meso-Cenozóicas e são elementos bastante úteis para estudos paleoecológicos e paleoceanográficos. O presente trabalho consiste no estudo das diatomáceas do intervalo Paleógeno do Poço 356 (DSDP Leg 39), o qual foi perfurado na encosta oeste do Alto de São Paulo (margem sudoeste do Platô de São Paulo). As rochas deste local pertencem à porção distal da Bacia de Santos e as rochas deste intervalo Paleógeno pertencem à Formação Marambaia. A despeito das numerosas e diversas diatomáceas presentes, este intervalo foi zonado por seu conteúdo de foraminíferos plantônicos e nanofósseis calcários, mas não por suas diatomáceas. Este estudo procura proporcionar uma definição bioestratigráfica ao conteúdo diatomítico deste intervalo e discutir brevemente suas implicações geológicas e paleontológicas. Em termos taxonômicos, foram encontrados 92 taxa, sendo 29 gêneros, 68 espécies e 19 espécies previamente classificadas como sp., além de 6 formas ontogenéticas variantes de Asterolampra spp. Em termos bioestratigráficos, quatro biozonas de diatomáceas foram identificadas, abrangendo idades do Mesoeoceno ao Neoligoceno. Quatro hiatos foram identificados, dois externos ao intervalo e dois internos. Os resultados aqui alcançados demandam algumas discussões sobre as correlações previamente feitas entre biozonas de foraminíferos plantônicos, nanofósseis calcários e diatomáceas deste intervalo, bem como sobre os padrões sedimentológicos previamente descritos para este intervalo