Abstract:
A presente pesquisa investiga as representações sociais dos diretores das escolas sobre gestão democrática, focando os processos geradores dessas representações: a objetivação e a ancoragem. A LDB/96, o projeto político pedagógico e a experiência na gestão da escola são os marcos privilegiados de análise. A coleta de dados foi realizada por meio da análise dos documentos, da entrevista semiestruturada e da observação. Colabora conosco um grupo de três gestores escolares vinculados à rede municipal de ensino da cidade de São Leopoldo-RS. Os critérios utilizados, além dos de representatividade qualitativos, foram: estar o tempo mínimo de dois anos de efetivo exercício nas escolas selecionadas; ser professoras da rede municipal de São Leopoldo; haver acedido ao cargo de diretor por meio de processo eletivo. A pesquisa é de desenho qualitativo e tem como principal marco teórico de referência o paradigma crítico e está respaldada nas ideias dos seguintes autores: Serge Moscovici, Jamil C. Cury, Werle, Lück, Maia, Libâneo, Ball, Jenny Ozga, Benno Sander, Triviños entre outros. No processo de análise dos dados, foram identificadas três categorias: As ações: direitos de todos, decisões de poucos; As competências das diretoras: um jogo de leva e trás; As Orientações externas: Cumprir e fazer cumprir. A pesquisa indica que as diretoras objetivam o conceito de gestão democrática na maneira de fazer através de reuniões, e ancoram esta forma de fazer através da promoção da participação. Este mecanismo pode estar sustentado na crença de que nas reuniões acontece a participação. A respeito da forma como exteriorizam este conceito, ou o reproduzem – ancoram a gestão democrática ouvindo todos, compartilhando informações, estando presentes e abrindo caminhos a fim de conciliar os objetivos da escola com os da secretaria municipal de educação na organização da escola. Compreendo esta representação como forma de sobreviver na função.