Abstract:
Este trabalho analisa uma intervenção em educação em saúde realizada por meio de oficinas de contadores de histórias com um grupo de adolescentes atendidos em um programa sócio-educativo, em Porto Alegre. O objetivo foi problematizar a sexualidade, a partir da leitura e elaboração de histórias pelos jovens. A análise dos dados pautou-se nos estudos de Michel Foucault. Os jovens manifestaram dificuldade em se comprometer com a proposta, referindo-se a si mesmos como aqueles que não são capazes de apreender. Nas conversas e nas histórias construídas, eles falaram das violências presentes no cotidiano: a pobreza, a fome, a droga, a vida na rua, o tratamento desigual que recebem na instituição. Nos repertórios se mesclaram padrões tradicionais sobre sexo/gênero, traduzidos no desejo de namorar, casar, ter filhos, ao mesmo tempo em que usaram gírias e ironias em relação aos aspectos proibidos da sexualidade. Oficinas de histórias podem ser de valia nas práticas de educação em saúde como ferramentas para trabalhar