Resumen:
Esta pesquisa foi motivada pela ocorrência significativa de formas verbais passivas analíticas com apagamento do agente, encontradas em relatórios escritos de passagem de serviço de operadores de uma indústria petroquímica. Os aportes teóricos são a lingüística da enunciação, de Émile Benveniste (1989, 2005) e a ergologia, de Yves Schwartz (2000). A partir dessa interlocução, procuramos observar a intervenção do sujeito como ser enigmático – o corpo-si – na atividade de trabalho. A análise das ocorrências da voz passiva sem agente, no nível intralingüístico, mostrou-se insuficiente para os objetivos da pesquisa. Buscamos, então, ultrapassar a descrição do fato lingüístico, em si, para chegar à metassemântica, dimensão apenas anunciada por Benveniste no texto Semiologia da língua. Para tanto, dois outros corpora foram considerados: a passagem de serviço homem-a-homem (oral) e a verbalização sobre a atividade. A partir daí, o que aparentemente se mostrava como apagamento do agente na análise dos relatórios foi