Resumo:
É recorrente a idéia de que os manuais de redação têm por objetivo controlar, unificar e modelar as redações dos jornais em acordo com os interesses jornalísticos e econômicos das empresas, demonstrando ser instrumentos a serviço da manipulação dos leitores/receptores. Este trabalho se situa na tentativa de demonstrar que, para além destas características marcadamente ideologizadas, identificadas por muitos nos conteúdos expressos dos manuais de redação, há um conjunto de relações que se formam quando estes dispositivos se encontram à disposição de seus usuários, neste caso, os jornalistas. Ou seja, este trabalho objetiva identificar neste processo de circulação, os “descompassos” existentes entre aquilo que os manuais definem como o ideal para a produção do jornal e aquilo que os jornalistas realizam quando da elaboração do produto, a notícia. No processo de produção, no qual os manuais de redação participam como suporte linear e por vezes definitivo, surge um conjunto de táticas e estratégias que acabam po