Abstract:
A complexidade dos desafios contemporâneos requer novas abordagens que transcendem as práticas vigentes estabelecidas no passado. Diante da necessidade de enfrentar problemas complexos e mal definidos, o design estratégico surge como uma ferramenta para lidar com a incerteza. Por outro lado, a literacia de futuros, promovida pela UNESCO, busca capacitar as pessoas a imaginar futuros transformadores. Nesse contexto, o design especulativo se destaca por sua capacidade de abrir novas perspectivas sobre problemas complexos, incentivando o debate e a imaginação. A pesquisa propõe explorar a seguinte questão: qual o potencial do design especulativo na Literacia de Futuros? Desse questionamento surge o objetivo geral da pesquisa: Analisar o potencial do Design Especulativo na Literacia de Futuros. Utilizando uma metodologia exploratória de viés experimental, este estudo identificou lacunas e condições necessárias para a literacia de futuros e valores potenciais identificados no design especulativo. Dessa relação é concebida e realizada uma prática onde valores do design especulativo, extraídos da literatura, como crítica, abertura, tensionamento, interação, antecipação, recursividade e experimentação são organizados em etapas para desenvolver literacia de futuros. A prática realizada é descrita e apresentada para especialistas e suas contribuições são discutidas por meio de uma triangulação entre teoria, prática e entrevistas. Na discussão, após a triangulação, são identificadas e exploradas diferenças em termos de objetivos, motivações e resultado entre as abordagens de literacia de futuros, design especulativo e prática realizada. Também são identificadas convergências como flexibilidade metodológica, imaginação de cenários e deslocamento temporal. Após esta etapa, novos valores são identificados, como pensamento sistêmico e exploração de sinais. Por fim, uma nova abordagem denominada LEAF (Laboratório Experiencial de Aprendizagem em Futuros) emerge como proposta, pautada em cinco fundamentos: metaexploração, plexus temporais, emancipação experiencial, catarse tangível e reverberação diegética.