Abstract:
Esta tese enfoca o princípio da precaução e o conceito de desenvolvimento sustentável como instrumentos da bioética ambiental e como categoria ético-filosófica e sua relação com as novas tecnologias. Concebemos a bioética ambiental como uma visão monista psicofísica e da ética da responsabilidade: o ser humano como parte do meio ambiente que se defende das ameaças criadas por ele mesmo. O ponto de partida é a crítica de Hans Jonas à causalidade psíquica de Hume e a resposta de Kant como exemplos do afastamento do homem em relação à natureza. Soma-se a isso a evolução do conceito de natureza até alcançar o que hoje definimos como biodiversidade. Opondo-se ao pensamento irresponsável eticamente em relação ao meio ambiente, Hans Jonas denuncia que a exploração tecnológica omnino omnia do planeta pode colocar em risco o próprio homem. A opção por Hans Jonas se justifica pela atualidade do tema e pela necessidade de formular um planejamento ético com padrões claros para proteger as
gerações futuras dos riscos de extinção. A análise da formação do pensamento da ética
ambiental sobre o problema é fundamental para descobrir todo o vácuo ético anterior em relação ao uso da tecnologia nesse campo exploratório do meio ambiente, seja acreditando em sua fonte material infinita, seja em suas leis mágicas, seja – ainda – ignorando os elementos “extrahumanos”, classificados como “acaso”. Podemos apontar também como causa desse vácuo ético o fato do próprio “princípio vida” ter se tornado uma exceção diante dos abalos sofridos pela metafísica e pela cosmologia, tornando a morte, o nada, o acorde dodecafônico, a regra para muitos pensadores modernos. Estes perderam a capacidade de acreditar em algo diferente do “eu transcendental”, do logos, das leis do entendimento. Desta forma, passamos do mote iluminista sapere aude para o cōnscīre aude, ou seja, do clássico “ouse conhecer”, para o “ouse ser consciente”, TN, sobre o que produzimos quando usamos a técnica.