Resumo:
Este trabalho tem como objetivo analisar como o replanejamento pedagógico é percebido pelo corpo gestor e docente de uma instituição jesuíta, integrante da Rede Jesuíta de Educação (RJE). Partindo das evidências obtidas em avaliações externas, busca-se identificar as barreiras que dificultam a utilização desses dados no processo de ensino-aprendizagem. A pesquisa fundamenta-se na teoria motivacional behaviorista que proporciona uma análise prática das respostas comportamentais dos educadores aos estímulos fornecidos pelas avaliações externas. A metodologia utilizada foi de caráter qualitativo, com análise documental e entrevistas semiestruturadas realizadas com gestores e professores da instituição. A análise documental incluiu o Projeto Educativo Comum (PEC) da RJE e o Projeto Político Pedagógico (PPP) do colégio, que fornecem subsídios para entender o contexto institucional e as práticas avaliativas. A partir dos resultados das entrevistas, foram identificadas as principais dificuldades dos docentes em implementar as mudanças necessárias com base nos dados das avaliações externas, como o tempo reduzido para replanejamento e a falta de alinhamento com os gestores. Os resultados revelaram que, apesar da percepção positiva sobre a utilidade das avaliações externas, há entraves significativos no replanejamento pedagógico, especialmente relacionados à sobrecarga de trabalho e à pressão para cumprir o cronograma curricular. A pesquisa propõe, como intervenção, a criação de um grupo de trabalho responsável por mapear essas dificuldades e implementar uma planilha unificada de planejamento, integrando as avaliações externas ao planejamento pedagógico. Conclui-se que, para melhorar a eficácia dessas avaliações, é fundamental um maior alinhamento entre gestores e docentes, além de suporte contínuo para o replanejamento baseado nas evidências geradas pelas avaliações externas.