Resumo:
Nesta dissertação objetivou-se investigar a associação entre aspectos sociodemográficos, estressores ocupacionais, aspectos psicossociais, interação trabalho-família e a Síndrome de Burnout em advogados e advogadas, por meio de dois estudos. No primeiro avaliouse o papel preditivo de aspectos sociodemográficos, características laborais e estressores ocupacionais na ocorrência da Síndrome de Burnout. Observou-se que 58,3% dos participantes estão acometidos pela Síndrome de Burnout. A análise de regressão linear evidenciou modelos aptos a explicar cada uma das dimensões do Burnout. A dimensão “ilusão pelo trabalho” teve como principal preditor a satisfação no trabalho. A interferência trabalho-família revelou-se como o preditor de maior contribuição
explicativa para a dimensão “desgaste psíquico”. Nas dimensões “indolência” e “culpa”
os principais preditores identificados foram os estressores “ambiente de trabalho” e
“autorresponsabilização por desfechos negativos”, respectivamente. O segundo estudo teve como objetivo identificar diferenças entre homens e mulheres advogado(as) nas
dimensões da Síndrome de Burnout, da interação trabalho-família e de estressores ocupacionais relacionados à advocacia. Os resultados evidenciam que as advogadas
apresentam escores superiores nas dimensões de conflito trabalho/família e família/trabalho, bem como nos estressores ocupacionais relacionados a expressões de
violência, como “bullying/assédio”, “silenciamento” e “rejeição/exclusão”, indicando que a advocacia é vivenciada de forma diferente conforme o gênero do profissional. A presente dissertação contribui para o avanço do conhecimento quanto aos fatores de risco para desenvolvimento da Síndrome de Burnout em advogados, assim como identifica o gênero como um elemento que pode qualificar a exposição aos estressores ocupacionais entre as mulheres.