Abstract:
A presente pesquisa investigou o significado atribuído, pelas adolescentes, à prática da autolesão não suicida e buscou fundamentação nas ciências sociais. Os objetivos específicos da pesquisa foram: a) compreender o fenômeno da autolesão não suicida
entre adolescentes a partir do entendimento que estes dão a esse fenômeno social;
b) investigar as motivações subjetivas para a prática da Autolesão Não Suicida (ALNS)
entre os alunos do Centro de Ensino Fundamental de Brasília; c) avaliar indicadores
de risco e de proteção para a incidência do fenômeno da autolesão. Foi utilizada a
abordagem qualitativa com aplicação da técnica de grupo focal. A pesquisa foi realizada em um Centro de Ensino Fundamental em Brasília e participaram da pesquisa: 4 adolescentes, uma orientadora educacional e uma psicóloga escolar. Teve como fundamentação teórica a obra “A Era do vazio”, de Lipovetsky; os conceitos de Conteúdo e Forma na socialização de Simmel; o Sujeito do cansaço, descrito por Chul Han e a geração ansiosa, de Haidt. O trabalho evidenciou o sentimento de alívio como o principal significado atribuído à prática da autolesão não suicida. Foram cinco categorias de análise dos resultados: 1) Meu corpo: Autopercepção; 2) Meu corpo: Imperativos Sociais; 3) Meu corpo e a sociabilidade; 4) Meu corpo autolesionado e 5) Significados da autolesão para profissionais da educação.