Resumen:
A presente dissertação investiga o impacto da restrição financeira e do endividamento nas decisões de investimento de empresas brasileiras de capital aberto durante períodos de crise econômica. Utilizando um modelo econométrico de dados em painel, o estudo examina a relação entre variáveis como alavancagem, crescimento de vendas, índice de cobertura de juros (ICR), retorno sobre ativos (ROA), tamanho da empresa e Q de Tobin, e o investimento corporativo. A pesquisa se baseia em dados contábeis de empresas brasileiras listadas na B3, coletados ao longo de um período de 12 anos (2010-2022). Os resultados indicam que a alavancagem tem um efeito negativo significativo sobre os investimentos nas empresas irrestritas, enquanto nas empresas restritas e altamente alavancadas a relação negativa não apresentou significância estatística. Conclui-se que a relação entre restrição financeira e investimento é complexa e depende de vários fatores específicos da empresa e do contexto econômico. Esses resultados ratificam estudos anteriores sobre restrição financeira, em que os achados para empresas brasileiras são o oposto dos achados em encomias desenvolvidas. Esse fato leva a proposta da necessidade de repensar a adequação da teoria financeira em economias emergentes, com mercados financeiros e de capitais pouco desenvolvidos.