Este trabalho de pesquisa desenvolve-se na intersecção entre a filosofia política e a estética e pretende procurar na obra de dois autores, Walter Benjamin e Giorgio Agamben, os conceitos-chave para compreender as implicações políticas da arte. Investigamos a presença de aspectos que unem arte e política nos escritos dos autores, partindo do postulado de que suas filosofias contemplam as manifestações da linguagem e da criatividade humana, sejam elas tecnológicas, poéticas ou científicas, atravessadas por origens culturais e históricas e por questões éticas, políticas e econômicas. Assim, nossa tarefa interpretativa é escolher quais conceitos são mais importantes para essa compreensão. O objetivo principal desta pesquisa é, portanto, destacar na obra dos dois filósofos, por meio da releitura das categorias conceituais centrais, as principais noções que nos auxiliam nesse empreendimento. Para isso, analisamos as noções de experiência, tecnologia e revolução de Benjamin, contemplando sua proposta de interrupção do continuum histórico em que a refuncionalização da arte ocupa lugar de destaque. Da mesma forma, analisamos junto com a influência de Benjamin, a originalidade na filosofia de Agamben, para compreender sua crítica à sociedade contemporânea e suas propostas de transformação social. Para tal compreensão, consideramos fundamental destacar as noções de estado de exceção, gesto, profanação e forma-de-vida. O cruzamento da bibliografia reunida é realizado na tentativa de encontrar complementaridades entre esses conceitos que estamos a trabalhar.