Resumo:
Este trabalho tem como tema o Movimento de Educação de Base (MEB) que foi constituído no ano de 1961 em uma parceria entre a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o governo federal brasileiro. O problema de pesquisa desta Tese consiste em investigar quais são as concepções de educação e de trabalhador(a) apresentadas nas cartilhas publicadas pelo Movimento de Educação de Base: Viver é lutar, em 1963, e Mutirão, em 1965, e como essas concepções se relacionam com o contexto sócio-histórico, político e educacional no qual se inserem. Os principais conceitos analisados em ambas as cartilhas são: educação e trabalhador(a). A metodologia consiste na análise documental a partir de André Cellard, levando em consideração a seleção dos materiais, os documentos foram problematizados a partir de seu contexto histórico-social. Nesse sentido, tanto a cartilha Viver é lutar, quanto a Mutirão foram analisadas a partir dos contextos nos quais foram produzidas, a primeira antes e a segunda após o golpe civil-militar de 1964. As principais conclusões indicam que a cartilha Viver é lutar apresenta uma narrativa composta por inúmeros questionamentos e reflexões que apontam para uma alfabetização intrinsecamente ligada à conscientização dos/as trabalhadores/as em relação às injustiças sociais do país. Já em Mutirão a educação está ligada a um instrumento formador com o objetivo de integrar os/as trabalhadores/as à modernização do campo com ênfase na produtividade da terra.