Resumo:
A investigação tratou do alfaletramento de camponesas e da formação de alfaletradores por meio da curricularização da extensão do curso de Pedagogia da UNIR. O objetivo consistiu em desenvolver uma análise das concepções e mediações pedagógicas que foram capazes de contribuir para o processo de alfaletramento de trabalhadoras camponesas e da formação inicial e continuada de alfaletradores e de alfaletradoras, propostas pela “Extensão Universitária Itinerante” do curso de Pedagogia, do Campus Rolim Moura, acompanhando suas atividades ao longo do segundo semestre do ano de 2022 e do ano de 2023. O estudo se conduziu pelas seguintes questões orientadoras: quais são e como ocorreram as mediações de ensino e aprendizagem presentes nas atividades desenvolvidas, por meio da curricularização da extensão, no Acampamento Che Guevara (ACG) em Alto Alegre dos Parecis (AAP), no estado de Rondônia, no decorrer do segundo semestre de 2022 e 2023? A categoria trabalho e os saberes escolares e não escolares têm efetivamente contribuído para o processo de alfaletramento das trabalhadoras camponesas, através da extensão universitária? Como estes saberes foram mobilizados no andamento das atividades trabalhadas com as camponesas alfaletrandas e na formação inicial e continuada de alfaletradores e alfaletradoras que participaram do projeto? O percurso metodológico foi o da pesquisa colaborativa, que adotou os círculos dialógicos para a produção e a organização de informações, que se coadunam com a proposta freireana e guiaram as atividades para dar conta da triangulação das informações, com os conceitos de trabalho e realidade dos saberes não escolares das alfaletrandas camponesas. Assim, os aportes teóricos se
concentraram no âmbito do alfaletramento em Freire (2023, 2011, 2010), Soares (2021, 2016, 2020) e Ferreiro (1987, 1992, 2007) e Ferreiro e Teberosky (1999). Nos métodos de abordagens e de procedimentos, nos fundamentamos em Marx (2020, 2012), Saviani (2013), Ibiapina (2008). Os resultados alcançados confirmaram as proposições freireanas que indicam a realidade existencial das alfaletrandas, que, unida à categoria trabalho, representa o eixo facilitador da dialógica na problematização da palavra geradora. Tal referência mobilizou o processo de ensino e aprendizagem da leitura e escrita vinculada ao letramento, o que resultou, assim, em alcances proveitosos no processo de alfaletramento das camponesas em atividades advindas do projeto: “Saberes escolares e não escolares: a categoria trabalho na formação inicial e continuada de alfabetizadores e de alfabetizadoras para as diversas faixas etárias”.